REDES SOCIAIS
Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: No ano de 2020, os serviços de medicina intensiva sofreram profundas adaptações e reestruturações impostas pela pandemia de COVID-19. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto desta pandemia na formação especializada do internato médico de medicina intensiva em Portugal.
Material e Métodos: A Associação de Internos de Medicina Intensiva elaborou um questionário usando a ferramenta Google Forms®, e que foi aplicado durante o mês de agosto de 2020 aos internos de formação especializada de medicina intensiva, em Portugal. Com base na informação recolhida realizou-se uma análise descritiva.
Resultados: Oitenta e cinco médicos internos responderam ao questionário, perfazendo uma taxa de resposta de 62%. Três quartos dos participantes no estudo contactaram com doentes com COVID-19. Oitenta e seis por cento dos médicos internos inquiridos encontravam-se em estágios, tendo os mesmos sido cancelados em 59% dos casos. Setenta e oito por cento referiram uma carga assistencial superior a 40 horas semanais.
Conclusão: A pandemia de COVID-19 teve impacto na formação especializada do internato médico de medicina intensiva em Portugal. A maioria dos internos inquiridos contactaram com doentes com COVID-19, com suspensão dos seus estágios e com prejuízo na remarcação dos mesmos.