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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: O maior desafio no tratamento da entorse aguda do tornozelo é a indefinição do prognóstico. As classificações clássicas têm várias interpretações e pouca correlação com o prognóstico. Com este trabalho propomos uma nova classificação baseada apenas em critérios clínicos.
Material e Métodos: Foram prospectivamente avaliados doentes entre os 18 e os 45 anos com entorse aguda do tornozelo, admitidos numa instituição durante 24 meses. O seguimento mínimo teve uma duração de 12 meses. Estes doentes foram classificados nos primeiros dias após a entorse (CASCaIS-Inicial) com base na valorização da capacidade de marcha autónoma, inspeção do quadro inflamatório e palpação. Passadas algumas semanas (CASCaIS-Diferida) complementou-se com a avaliação ligamentar pelo teste de pivot do tornozelo.
Resultados: Dos 49 doentes que completaram o seguimento, nenhum dos que tinha um teste pivot-negativo evoluiu para instabilidade crónica do tornozelo (ICT). Nove dos 33 doentes (27%) com um pivot-positivo evoluíram para ICT (p = 0,022). A avaliação da CASCaIS-Diferida demonstrou uma associação com a ICT (p = 0,018).
Conclusão: Esta classificação demonstrou ser uma ferramenta simples, não dispendiosa e fiável que os clínicos poderão usar para determinar o prognóstico da entorse.